Esta mostra sintetiza os dezessete anos de carreira profissional de Chico Mazzoni, (mais de trinta desenhando e pintando). Continuando à procura da luz (e felizmente encontrando-a) através de brumas, veladuras e transparências, uma luz menos nítida que apenas se insinua com sensualidade através de anteparos translúcidos. É este o percurso de Chico Mazzoni nesta sua 12a mostra individual (38ª mostra entre individuais e coletivas).
Nesta mostra Chico faz um uso ainda mais contido dos componentes de sua pintura, privilegiando a riqueza das “esfumaturas” e transparências, intensificando o jogo entre o esconder e o revelar das imagens.
A seu serviço várias técnicas se misturam – embora trabalhe basicamente com a pintura acrílica, Chico lança mão de tudo que se mostra apropriado para traduzir em pintura esta intenção.
São telas ligadas pôr um fio que se descobre facilmente seguindo as pegadas, ora sutis, ora explícitas da pintura de Chico. Ao contrário das anteriores, nesta mostra Chico se concentra numa linha temática definida que é a representação do mito em variadas interpretações. O mito aqui nesta mostra é abrangente e contempla todas as culturas humanas, na procura de seu significado e de sua utilidade contemporânea.
E como é uma mostra que fecha um ciclo e trata a mitologia humana em toda a sua temporalidade (do arcaico ao contemporâneo) resolveu-se chamá-la MILÊNIOS NO AR : uma mostra que trata das coisas que permanecem e que auxiliam o homem na procura de um significado neste planeta.
Como a arte.
Matilde Matos • ABCA/AICA
